Este não é um filme conhecido, popular ou super produzido – e também não está na Netflix. Ok, falando assim talvez eu não esteja tornando esse filme muito atrativo pra você, mas continue comigo. E caso se interesse, eu o assisti pelo Stremio, uma plataforma bem legal que, se você não conhece, te convido a conhecer. É gratuita. Também está disponível aqui neste link, legendado (só clicar).
A Turista Espacial ou A Bela Verdade (La Belle Verte) é um longa metragem de 1996, produzido na França, que traz uma temática bastante provocativa.
Através do humor, o filme nos leva a conhecer um planeta que chegou num tal grau de evolução que seus habitantes conseguem conviver em perfeita harmonia com a natureza. Eles dominam a telepatia e são capazes de algumas façanhas surpreendentes.
De tempos em tempos, fazem reuniões para decidir quais planetas serão visitados, o objetivo é a observação ou o auxílio evolutivo. Isso parece familiar, não é mesmo? O Espiritismo trouxe essa mesma perspectiva, e nas obras psicografadas por Chico Xavier e outros médiuns, podemos nos aprofundar nessa diretriz planetária.
Segundo o ponto de vista espírita, ainda somos um planeta de Provas e Expiações, o 2º nível, e as demais gradações são: 1º) planetas primitivos, 3º) planetas de regeneração, 4º) planetas felizes e 5º) planetas celestes.
Poderíamos dizer que esses extraterrestres estão morando num planeta de regeneração ou mesmo feliz, e a forma como a diretora (Coline Serreau) nos apresenta essa felicidade é bastante controversa. Para alguns, pode ser chocante pensar que o que nos aguarda, quando finalmente chegarmos num nível superior, é um estilo de vida extremamente simples, similar ao de tribos originárias.
Fomos levados a pensar que o futuro seria feito de metal e plástico, com muita tecnologia e naves super cheias de botões (alô StarTrek!). Mas não parece fazer sentido, dentro de um conhecimento mais aprofundado, que uma vida estéril seja realmente evoluída.
Sim, caminhamos para uma esterilização da vida, moramos em cidades barulhentas, poluídas, quentes, com muita sujeira, asfalto e buzinas. Isso te lembrou o centro de uma cidade comum no Brasil? Nada mais desagradável, não é mesmo?
Me diga, onde você iria preferir armar sua rede? No centro da cidade, em meio a algazarra de pessoas apressadas ou no campo, com árvores te fornecendo sombra e os pássaros cantando por perto?
Como você fica após algumas horas de passeio no shopping? Já se observou? Se eu não me protejo bem, fico exaurida. A quantidade de estímulos e apelo ao consumo me deixam sobrecarregada, nunca é um ambiente que escolho estar por prazer, mas sim por alguma necessidade. Talvez eu não seja o melhor parâmetro, não gosto de aglomerações e excesso de estímulos, fico realmente atordoada. Certamente é por eu ser assim que me identifiquei tanto com a Mila, protagonista do filme A Turista Espacial.
Na citada reunião planetária, ela é a única que se voluntaria em fazer uma viagem à Terra. A família dela fica estarrecida. Avisam que trata-se de um planeta bastante atrasado, que ainda tem carros, dinheiro, competitividade… Mas ela tem alguns motivos para tomar essa decisão e resolve fazer essa viagem.
Quero convidar vocês a assistirem a esse filme e refletirem sobre alguns apontamentos que o roteiro traz. A Mila tem a capacidade de desconectar as pessoas, algo como “remover o véu”, porém isso não fica tão claro, além de gerar um certo constrangimento nas pessoas desconectadas, que começam a ter atitudes fora da curva. Mas tudo dentro de algo benéfico: abraçam árvores, tornam-se mais honestos, desfazem-se de sapatos desconfortáveis, expandem o afeto.
Um momento em particular trouxe uma provocação muito assertiva sobre o hábito feminino de passar batom. Foi o ápice do que esse filme representou pra mim.
Não necessariamente é uma história grandiosa, acho que poderia ter sido muito melhor explorado, na verdade, mas em pequenas cenas cumpriu o objetivo de nos fazer questionar nosso modo de viver.
Os excessos, o isolamento, o consumismo desmedido, o aprisionamento dentro do sistema capitalista. E se fizéssemos como eles fizeram? Boicotaram o sistema, deixaram de comprar, o sistema tornou-se obsoleto. Foi um movimento muito corajoso, que não me parece assim tão simples, mas que começa com pequenas ações de cada um de nós.
Recentemente, na live do canal da Mônica de Medeiros (Casa do Consolador), o espírito que ela canalizou (Tupã), nos disse que a Nova Terra não vai ser um grande evento que irá acontecer e transformar tudo de uma vez só, mas sim uma construção feita por nós, em nossas atitudes cotidianas.
Somos os tijolos dessa Nova Terra em gestação.
Te convido a conhecer o Canal da Mônica, tem lives todas as semanas e diversas ações beneficentes.
Me fala, assim como eu, você também tem a impressão de que muita coisa não faz sentido aqui na Terra? Já se sentiu um extraterrestre?
Abaixo compartilho os prints da cena do batom:
Se assistir ao filme, conta pra mim o que você achou, tá? =)